Nas várias regiões de criação de caprinos, principalmente de raças leiteiras, tem sido relatados casos clínicos isolados, envolvendo animais infectados pela CAE, esses casos tornam-se mais freqüentes e evidenciados, sobretudo pelo crescente número de caprinos acometidos por artrites, mamites e pneumonias.
CAE é uma enfermidade infecciosa viral específica de caprinos, de difícil controle, sobretudo pela indisponibilidade de vacinas e pela ampla distribuição da doença em plantéis de excelente qualidade zootécnica e grande valor econômico.
Prejuízos: Por sua ampla difusão a CAE é considerada cosmopolita e causadora de enormes prejuízos à pecuária de inúmeros países produtores de laticínios de excelente qualidade. A enfermidade geralmente tem evolução crônica, caracterizando-se por apresentar longo período de incubação, com evolução clínica lenta, progressiva e inexorável; sendo todos os tipos raciais de caprinos susceptíveis à infecção e à doença.
Foi inicialmente descrita nos Estados Unidos, sob a forma clínica de leucoencefalomielite dos caprinos, sendo observada quase que exclusivamente em cabritos, na faixa etária de um a quatro meses de idade. A seguir estabeleceu-se que a doença caracterizava-se por quatro formas clinicamente distintas: nervosa, articular, respiratória e mamária.
Economia: os prejuízos econômicos decorrentes de qualquer uma das quatro formas clínicas da CAE foram considerados significativos, principalmente pela diminuição do período de vida produtiva do animal: diminuição gradativa da produção de leite, predispondo a glândula mamária às infecções, causando agalaxia e endurecimento da mama, desvalorizando comercialmente os animais de criatórios considerados infectados. Além do mais, o controle sanitário do rebanho é considerado de difícil idealização, condução ou acompanhamento e os programas de controle e/ou de erradicação demorados e muito dispendiosos.
A infecção dos caprinos pelo vírus da CAE foi considerada como um estado vital permanente, pois o vírus persiste no organismo por toda a vida do animal, havendo a possibilidade da viremia ser permanente, fato que facilitaria a transmissão do vírus, através de fômites, agulhas, tatuadores, aplicadores de brincos e material cirúrgico contaminado com sangue de animal infectado. A transmissão da infecção pelo vírus causador da CAE, por via transplacentária ou por monta natural, em caprinos, ainda não foi comprovada de forma insofismável. O aleitamento coletivo adotado em criações intensivas, foi relatado como uma forma de manejo que favoreceria a disseminação da infecção viral.
Diagnóstico: O diagnóstico da infecção determinada pelo vírus da CAE pode ser estabelecido por métodos indiretos (detecção de anticorpos no soro sangüíneo) ou diretos pelo isolamento ou comprovação da presença do vírus causador da doença.
Algumas fotos:
Caprino infectado pelo vírus da CAE apresentando a forma clínica articular da enfermidade: artrite da articulação do carpo, atitude, postura e aprumos anormais.
Cabrito infectado pelo vírus da CAE apresentando a forma clínica nervosa da enfermidade: tetraparesia.